quinta-feira, 16 de novembro de 2006

E se apropriam de poemas...

...para dizer quem são:

"Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros." Clarice Lispector

"Eu sei de muito pouco. Mas tenho a meu favor tudo o que não sei e - por ser um campo virgem - está livre de preconceitos. Tudo o que não sei é a minha parte maior e melhor: é a minha largueza. É com ela que eu compreenderia tudo. Tudo o que não sei é que constitui a minha verdade". Clarice Lispector

"Costuro o infinito sobre o peito. E no entanto sou água fugidia e amarga. E sou crível e antiga como aquilo que vês: Pedras, frontões no Todo inamovível. Terrena, me adivinho montanha algumas vezes. Recente, inumana, inexprimível Costuro o infinito sobre o peito. Como aqueles que amam." Hilda Hilst

Sou um terrível assassino,
um suicida, uma besta
quadrada,
um insensato elevado
ao infinito,
um demônio, um anjo divino,
um imbecil qualquer,
um gênio, um macaco,
milhões de átomos, um ser,
um planeta, uma galáxia,
o finito ou o infinito,
a verdade ou a mentira,
um verso tonto, ingênuo -
ou a Poesia!
Tudo é função do estado
mais provável
de ser no tempo, com todas
as incertezas das palavras.
- Fernando Pessoa -


" Justo a mim me coube ser eu?" -Quino-

Um comentário:

Jorgomez disse...

se apropiam os poemas ou poemas apropriados ?